segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

A Alimentação no tempo do Conde de Assumar

O Conde Assumar governou a Capitania das Minas Gerais de 1717 a 1721. Durante a sua administração uma das principais dificuldades era se alimentar com carne bovina, um dos gêneros indispensável à alimentação dos mineradores. Houve uma ação do Conde em tentar minimizar a falta, importando cabeçasd e de São Paulo, Curitiba e dos sertões da Bahia e Pernambuco. O Governador de Província fazia o cálculo de 18 a 20 mil cabeças de gado necessárias ao consumo anual dos moradores, que no período beirava número de 30 mil habitantes. Para regularizar a importação, o Conde de Assumar estabeleceu uma série de contratos de fornecimento de carne, gerando depois uma série de conflitos entre paulistas e emboabas. Da mesma forma, o controle sobre a produçãod e aguardente também chegou a gerar uma revolta em 1720, na vila de Pitangui.
Dos sertões da Bahia abriu-se caminho para guiar o gado até a região das minas. No entanto, a cabeça de gado era muito cara e o transporte cheio de perigos. Os campos e as montanhas tinham sido despojados de suas caças e alimentos silvestres pela população das minas. Embrenhar-se nos sertões inóspitos era arrostar a falta de caminhos, as perigosas montanhas, os traiçoeiros brejos e atoleiros, atarvessar os riso a nado; enfrentar os bugres, as feras e as cobras no espaço da solidão da mata, a erva venenosa, os carrapatos, as vespas, as moscas varejeiras. Cada um, com o seu farnel frugal, partia na certeza de encontrar o ouro. E encontrava, muitas vezes, o pior de todos os padecimentos: a fome.
O que comia um homem da lavra? Comia o pouco do que se produzia nas roças. Milho, feijão, farinha de pau e algum tipo de fruta da terra. O escravo negro, pau para toda obra, montava o tripé de varas, fincado no chão, e pendurava o caldeirão de ferro, no qual cozinhava o feijão com o toucinho, servido em pratos de estanho. Estendia-se a farinha ao sol numa toalha. Frango, ovos e doces eram raros por conta do preço proibitivo.
A escassez de alimentos durou todo o período colonial, não só em minas mas, também, na região dos engenhos. No final do século XVIII, a crise de alimentos revelava-se nos documentos oficiais. Os governadores empenhavam-se em que os lavradores plantassem além da mandioca, o feijão e o milho, para não deixar ocorrer uma crise de desabastecimento e gerar revoltas nos povoados.

Agora vamos às receitas:

Abobrinha Sertaneja

1 Kg de abobrinha
100 g de carne seca
100 g de lombinho defumado
100 g de linguiça de porco
100 g de carne de porco salgada
100 g de toucinho defumado
1 dente de alho socado
1 pimentão vermelho
1 pimentão verde
1 tomate verde
1 cebola roxa grande
1 colher (sopa ) de extrato de tomate.

Lave a abobrinha e corte-a em rodelas. Coloque água para ferver com sal e afervente a abobrinha por 5 min. Escorra. Retire o sal das carnes e corte-as em pedaços. Frite o toucinho e junte a carne até dourar. Adicione o alho e deixe dourar. Corte os pimentões em tirinhas, pique o tomate e a cebola, junte o vinagre e o extrato de tomate. Acrescente tudo à carne e misture bem. Retire do fogo, não deixe os temperos fritar. Retire toda a carne da panela, deixando um pouco de gordura. Coloque a abobrinha nessa panela e leve ao fogo baixo, mexendo para envolvê-la bem na gordura. Retire do fogo e coloque a abobrinha numa fôrma. Despeje por cima a carne com os temperos. Sirva quente.


Feijão Tropeiro Mineiro

2 kg de carne de porco (lombo);
500 gr. de toucinho;
2 kg de feijão de corda;
1 kg de farinha de mandioca torrada;
cheiro-verde; óleo;
sal a gosto;
alho e cebola.

Coloque o feijão para cozinhar a parte. Em uma panela de ferro, frite o toucinho, picadinho. Amasse o alho com sal, pique a carne em pedaços e tempere bem. Depois de fritar o toucinho, retire os torresmos, escorra-os e reserve. Deixe um pouco de banha na panela e frite a cebola picadinha até ficar dourada. Coloque um pouco de açúcar e deixe corar. Acrescente a carne e frite bem. Depois de frita, junte o feijão cozido, o torresmo, o cheiro-verde picadinho e vá adicionando a farinha de mandioca, mexendo sempre com uma colher de pau, até ficar bem homogênea. Deixe no fogo por alguns minutos e sirva com arroz.


Bolo de Batata Doce Mineiro

3 xícaras (chá) de batata-doce, cozida e amassada com garfo;
2 xícaras (chá) de leite;
4 claras; 1 pitada de sal;
2 1/2 xícaras (chá) de açúcar;
1 xícara (chá) de margarina (200 g);
4 gemas;
1 xícara (chá) de maisena;
2 xícaras (chá) de farinha de trigo;
2 colheres (sopa) de fermento em pó

Bata a batata no liqüidificador com o leite e reserve. Bata as claras em neve com o sal e reserve. Bata em creme, o açúcar com a margarina e as gemas. Acrescente a batata reservada, a maizena, a farinha e o fermento. Por último, misture levemente as claras. Coloque numa assadeira (grande) untada e enfarinhada. Leve ao forno médio, por 35 minutos. Corte em quadrados regulares.

Bom Apetite! :-) Até logo :-)


Nenhum comentário:

Postar um comentário