"A refeição principal consta de jantar ao meio-dia, por ocasião da qual o chefe da casa, sua espôsa e filhos às vêzes que reunem ao redor da mesa; é mais comum que a tomem no chão, caso em que a esteira do dono da casa é sagrada, ninguém se aproximando dela senão os favoritos reconhecidos. As vitualhas constam de sopa, em que há grande abundância de legumes, carne sêca e feijão de várias qualidades. Em lugar de pão, usam de farinha de mandioca; esta, quando úmida, é servida em cabaças ou terrinas; quando sêca, em cestas, sendo comida em pequenos pratos de Lisboa. Sòmente os homens usam faca; mulheres e crianças servem-se dos dedos. As escravas comem ao memso tempo, em pontos diversos da sala, sendo que por vêzes suas senhoras lhes dão um bocado com a spróprias mãos. Quando há sobremesa, consta ela de laranjas, banas e outras poucas frutas".
Segundo Luccok, alguns jantares de cerimônia compunham os seus objetos de mesa oriundos da Inglaterra, no caso a louça e a cristaleira, sendo comuns as cabaças e os côcos, no lugar das terrinas e das xícaras. Os garfos e as colheres eram de prata, porém, curiosamente, cada convidado comparecia com a sua faca; geralmente, comprida, pontiaguda e com cabo de prata lavrada. Antes de o jantar servido, os convidados ficavam à vontade, ou em pé, conversando na sala, ou recostados em cadeiras, mesas, camas ou esteiras no soalho. Tiravam o casaco, os sapatos e outros acessórios que o incomodassem. Para o viajante europeu, a disposição da mesa parecia estranha - as damas ficavam todas juntas de um só lado e do outro os cavalheiros, ou, em outro caso, a dona da casa sentava-se ao lado do marido, tendo do outro lado outra senhora, também com o seu da outra banda, de modo que nenhuma dama se colocava ao lado de outro homem que não fosse o próprio conjuge.
O chefe da casa, sentado à cabeceira, recebia os pratos, um a um, e servia os presentes. A altura demasiada da mesa fazia com que o prato chegasse ao nível do queixo do comensal, obrigando-o afincar os cotovelos na mesa e a levar sem jeito a comida à boca em grande sproporções. Os pratos não eram trocados e os dedos eram usados com a mesma freqüência que o garfo. A etiqueta recomendava que não se empregassem mais de três dedos em juntar o "bocado". Comer algo do prato do vizinho era uma prova de amizade, sendo comum os dedos de um e de outro mergulhados um só tempo no mesmo prato. Tomava-se vinho, sem refinamentos e modos. Terminado o repasto, cada um limpava na toalha da mesa a faca de ponta de que se servira, enfiando-a depois no cano da bota ou na baínha do cinturão. E no final de tudo, todos se serviam de uma xícara de café, uma só, como sedativo. Cabe ressaltar que a faca era um acessório indispensável a todo homem por conta de suas diferentes utilidades. Sua ponta aguçada servia para cortar a carne à mesa, palitar os dentes, alisar a palha de milho e picar o fumo de rôlo para o cigarro, tirar bicho-de-pé, comuns naqueles tempos e, finalmente, como instrumento de defesa e ataque.
Por fim Luccok também escreveu no diário que nas fazendas dos arredores do Rio de Janeiro o cardápio era diversificado em relação à vida urbana. Predominavam o charque do Rio Grande do Sul, a farinha de mandioca, o feijão e os legumes. Galinha, ovos e sopa eram luxos. Como bebia amais comum era a água. As vezes aparecia a aguardente. O vinho era só para os fazendeiros mais ricos.
Agora as receitas :D
Croquetes de Aipim
1 kg de aipim
2 colheres (sopa) de óleo
1 cebola média picada
1 dente de alho amassado
Sal e pimenta do reino a gosto
2 colheres (sopa) de cheiro verde picado
1 ovo
2 claras ligeiramente batidas
2 xícara de farinha de rosca.
Em uma panela, coloque óleo em quantidade suficiente para mergulhar os croquetes, leve ao fogo médio, deixe aquecer e frite os croquetes aos poucos, até ficarem dourados. Tire do fogo, deixe escorrer em papel absorvente.
Rabada Carioca
4 rabadas
água fervente
2 colheres de sopa de sal (ou sal grosso)
pimenta do reino a gosto
1 cabeça grande de alho
2 cebolas grandes
5 molhos de agrião
Levá-la ao fogo pingando água fervente e mexendo sempre, até que solte o caldo. Quando estiver dourada, colocar água bastante e deixar que cozinhe até que fique bem cozida.
Separar o caldo da rabada e levá-lo ao freezer. Quando a gordura talhar, retire-a com um colher e jogue fora. Descongele o caldo, acrescente a rabada, adiciona-se a cebola picadinha refogada, cheiro verde e o agrião (reservar um pouco de agrião para misturar à rabada na hora de servir.
Sevir com arroz, purê de batatas ou polenta.
Mãe Benta
12 gemas
2 claras
2 3/4 xícaras de chá de açúcar
2 3/4 xícaras de chá de manteiga
3 1/2 xícaras de chá de farinha de arroz
1 pitada de erva-doce
1 pitada de canela em pó
1 xícara de chá de leite de coco
Para untar:
Manteiga
Recheio:
500 g de camarão miúdo, descascado e limpo
2 xícaras de chá de água fria
2 colheres de sopa de óleo
1 cebola média picada
1 dente de alho picado
2 colheres de massa de tomate
Pimenta-do-reino a gosto
2/3 de xícara de chá de farinha de trigo
Massa:
600 g de farinha de trigo
300 g de manteiga ou margarina
4 ovos
1 colher de chá de sal
Como é interessante vivenciar a história também pelo paladar....mais delícias e curiosidades de nossa história e culinária, o Brasil é um celeiro de boas histórias.
ResponderExcluirOi Marcio, tudo bem? Que bom que gostou e descobriu o espírito do Blog :D Um abração!
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